Nas passarelas a amplidão das calças...
Enquanto nas ruas...esse é o look!
Enquanto nas ruas...esse é o look!
Nessa minha última viagem, o que mais me chamou atenção em relação à moda foi a total falta de sintonia entre o que está nas ruas e as tendências da estação. Me lembrei muito do Scott Schuman, que disse ter criado o The Sartorialist pois começou a perceber que o estilo das ruas era completamente diferente do que estava nas vitrines e revistas.
Pois é... nas ruas de Paris e Londres não vi um ser humano de calça sarouel ou pantalona e talvez umas duas meninas de boca-de-sino. Todo mundo continua usando a skinny firme e forte e o uniforme básico da galera é skinny + sapatilha ou tênis tipo All-Star + blusa com um pouquinho de volume (nada de muita amplidão) e jaqueta, algumas de couro tipo bomber. Em Londres, as únicas variações que vi foram o uso de cores mais vibrantes nos acessórios e mais cintos marcando a cintura (em Paris também tinha, porém menos). Camisas xadrez apareceram consideravelmente também.
O lenço, inclusive o palestino, continua bombando, mas isso já me leva a outra reflexão, já que lá na Europa faz frio de verdade e o lenço funciona para aquecer o pescoço.
Conversei com algumas pessoas que estiveram por lá este ano e elas me confirmaram ter visto a mesma coisa. Aí abro a Vogue de outubro e a coluna da Costanza Pascolato me alivia mais ainda: ela também viu uma profusão de skinnies e uma atitude rock/grunge que parece ter invadido as ruas do mundo.
Porém, acho que não é só por aí... Este look funciona muito bem para as européias, que costumam ter perna fina, pouco quadril e uma estatura de média para alta. É uma afirmação de estilo, de escolha pessoal e conforto, coisa que acho que não rola ainda aqui no Brasil onde abraçamos certas tendências sem refletir muito se elas se encaixam. Quer ver? Grande parte da população feminina daqui não tem perna fina, pouco quadril e boa altura. Pelo contrário!!!
Para usar sarouel então nem se fala....acho que só devo ter visto umas 2 mulheres usando e mesmo assim na Colette ou perto da área dos desfiles, ou seja, elas trabalhavam com moda e eram magras e altas. Obs: o povo da moda não conta, pois na grande maioria das vezes eles ganham peças, portanto não consomem!!!
Sou totalmente a favor da liberdade de escolha na hora de se vestir e acho maravilhoso vivermos em uma época que nos permite tantas opções. Por isso mesmo, acho péssimo quem se veste apenas para estar na moda e não respeita seu tipo físico e personalidade. Aqui no Brasil ainda estamos caminhando rumo a essa independência do "o que os outros vão pensar?" e acho que precisamos urgentemente de estilistas e marcas que criem pensando no corpo da mulher brasileira e não numa versão Ctrl + C, Ctrl + V do que está no corpo das européias. Quem se habilita?
Mirela, como sua parceira nesses anos últimos 8 anos, lembro da nossa primeira palestra que avisamos do descompromisso do vestir, atitude que nascia representaria o século XXI. Taí...o que foi previsto através das nossas pesquisas, hoje é fato!!!
ResponderExcluirAcredito que nós temos muita tendência, mas se elas vão virar moda vai depender do consumidor que aos poucos conquista a sua liberdade e adequações no vestir!!!
Olá Mirela,
ResponderExcluir... este é um desafio constante e um paradoxo para quem trabalha com moda... principalmente para quem trabalha com redes de varejo, há uma expectativa do 'mercado" em se apresentar esta moda conceitual nas lojas para que de certa forma se confirme cada vez mais rápido as tendências vindas de fora... mas sabe-se e principalmente nós sabemos que o corpo brasileiro inviabiliza determinadas modelagens... mesmo assim acredito que as brasileiras possuem uma voracidade de compra de moda tituladas como tendência que é bem possível que peças como saruel, boyfrieds acabem vingando num patamar bem melhor do que no comportamento europeu que procura mais o estilo do que a tendência...