sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Paris Before It Sizzles









Se o que está do outro lado do Atlantico não fosse tão maravilhoso, eu desistiria. Viagens internacionais são altamente estressantes. Você tem que organizar mil documentos (e checar 300 vezes se não esqueceu nada), fazer o roteiro, a lista do que você quer comprar (que desta vez por total exaustão foi deixada de lado) e aí vem a mala, um capitulo à parte.

Mala de inverno é o terror. Da mesma forma que os europeus não sabem se vestir pro verão daqui, turista de país tropical no inverno de lá é catastrófico. E como abomino esse look “sou turista e não to nem aí”, comecei a planejar minha mala 3 dias, o que é até tarde para muitas. A idéia era experimentar todos os looks e ir fotografando, porém fazer isso num calor de 40º é desumano, então o jeito foi arrumar as roupas em cima da cama e ir fotografando mesmo. A recomendação é levar um ou dois sobretudos, no máximo. Impossível. Estou levando 5, incluindo 1 de pele (fake, claro). E como não curto nem um pouco o look “corvo de Notre Dame” – misturado à minha pele branca é de espantar – as peças em preto tem que se misturar às coloridas. São 2 casacões vermelhos e várias blusas e cachecóis coloridos, todos em tons favoráveis pra minha difícil combinação pele branca + cabelo avermelhado.

Dilema resolvido. Chega o dia da viagem e já acordo cansada. Não, não vou conseguir dormir no avião, no máximo dar uns cochilinhos embalados pelo vinho (nacional, oui!). Meu namorado surta e resolve sair de casa às 16h. O vôo é às 21h20. Chegamos em 20 minutos. O check in do vôo anterior (19h20) está começando... Vamos na Receita Federal declarar os gadgets. Descubro que não preciso declarar meu lap, que foi comprado aqui. Nisso, o céu cai sobre o Rio de Janeiro. Falta luz. O Galeão é fechado. Ok, poderíamos ter pego essa tempestade. Mesmo assim, se saíssemos 1 hora mais tarde ainda chegaríamos com folga!!!
Estou tão irritada e absurdamente com calor pois a luz voltou mas o ar condicionado não funciona direito! Fui no banheiro trocar de roupa. Sério. É desumano. Decidimos entrar pro portão de embarque. Não tem lugar pra sentar. Vamos pro Free Shop. Também está quente. Estou carregando 2 bolsas de mão que já deixaram meus ombros marcados. Não dou a mínima para os cosméticos e óculos do Free Shop (deu pra perceber minha irritação?).

São 18h. Conseguimos sentar. Coldplay e U2 me acalmam um pouco. Estou lendo “Divorciada Debutante”, da Plum Sykes, finalmente. As situações surreais das personagens me relaxam um pouquinho. Daqui a meia hora (se Deus quiser) vão começar a chamar pro embarque. Continuo de vestidinho de alça e meus pés derretem na bota. Meus pais dizem para eu não me estressar, afinal estou indo para Paris... Só espero que assim que avistar a Torre Eiffel, passear na Faubourg, ver a exposição da Vionnet e flanar pelo Sena eu esqueça de tudo. E fique alegre por sair de quase 40º para cerca de 4º. Acho que nem vou sentir frio... Au revoir!

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