terça-feira, 12 de outubro de 2010

O Preço da Moda




Tenho pensado muito se vale a pena ou não continuar este blog. Neste último mês, com o trabalho extra de cobrir as semanas de moda, seminários e fechamento de novos contratos pela Modalogia, não sobrou quase tempo e também nada me inspirou a escrever. Ando refletido muito sobre essa loucura da internet, essa necessidade de nunca parar de querer informação e a real utilidade disso. Tenho certeza que há mais blogs de moda do que gente para lê-los todo dia, sem contar que a redundância de assuntos é frustrante. Não tenho a menor paciência de ficar conferindo mais um blog sobre street style ou sobre o estilo das celebridades.

Quero ainda fazer posts sobre dicas de casamento, mas este assunto já tem data marcada para terminar porque sinceramente não tenho a menor ambição em me tornar noiva profissional. Fora isso, ando pensando em como falar de moda saindo do lugar comum, desse glamour vazio que está por todos os lados e me irrita...

Hoje mesmo li esta matéria no WWD e fiquei bem chocada. O salário “mínimo” de trabalhadores da indústria têxtil pelo mundo é muito absurdo. É escravidão. A gente sabe que roupas de redes fast fashion são baratas porque são feitas em países do Terceiro Mundo onde as leis trabalhistas quase inexistem. Mas o nosso barato tem um preço muito caro para milhões de pessoas que são exploradas diariamente, é só ver a tabela aí de cima e constatar que uma costureira em Bangladesh ganha 21 centavos de dólar por 1 hora de trabalho. O pior é que com a China sendo pressionada a valorizar o yuan, o que obviamente vai aumentar o salário da população, as fábricas vão se concentrar ainda mais em Bangladesh e companhia.

Daqui pra frente vou checar a etiqueta do “made in...” antes de comprar qualquer coisa. Ah! E não é só fast fashion que é produzida nessas condições não. Tem muita marca de luxo alterando seu “made in (algum lugar da Ásia) por “made in Italy” só pra reafirmar seu valor artesanal e ficar bem na fita... 


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Um comentário:

  1. Enfim achei alguém no mundo da moda que tenham um pensamento parecido com o meu. Não estamos mais no século XIX, quando poucos questionavam alguma coisa, era um uso da moda quase que automático. Hoje não cabe mais a superficialidade e inconsequência excessiva. É claro que temos momentos de Becky Bloom, mas isso não deve pautar a nossa vida.
    Esses dias fui reparar que tenho uma malha Ralph Lauren fabricada no Perú!! Depois os americanos reclamam que os imigrantes ocupam os postos de trabalho, mas os próprios empresários eliminam com as oportunidades de emprego.

    Bjoks

    Gabi

    PS: Não para de escrever não, pq aqui temos moda inteligente!

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